terça-feira, 17 de março de 2009

MATERIA DIA DA VISIBILIDADE LÉSBICA SITE DEP. ÉRIKA KOKAY



Visibilidade Lésbica homenageada em Sessão Solene

Uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo mostra que 93% da população percebe que existe preconceito contra travestis, 91% preconceito contra transexuais, 92% contra gays, 92% contra lésbicas e 90% têm preconceito contra bisexuais. Os dados extremamente preocupantes, foram tema de fala da presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa, Erika Kokay. “Precisamos acabar com o preconceito. Não queremos um recorte de sexualidade, é uma questão de identidade do feminino. Aprisionam os beijos, colocam os carinhos entre quatro paredes”, argumenta. “O ser humano não comporta rótulo porque não somos coisas. Que bom que essas mulheres ousam e assumem seus amores e vão para uma quadra da Asa Sul para protestar e pedir respeito”.

Daniela Marques, da Sapataria, é uma das militantes mais ativas na causa lésbica. “O espaço para as lésbicas é praticamente inexistente. Buscamos na luta, um mundo mais justo e equitativo. A cultura machista nos oprime, sempre tivemos que nos adaptar a um mundo feito por homens e para homens. Não existe política específica de DST/Aids para mulheres que amam mulheres”, reclama.

Alguns depoimentos durante a sessão mostraram como é a vida das lésbicas no DF. Sônia Silva Martins, mãe de Alessandra, contou que se sentia sempre honrada no convívio com as meninas. “Eu percebi, de repente, que a Igreja que eu freqüentava não aceitava a minha filha. E passei todo o último ano procurando uma religião que aceitasse a minha filha. Eu ia falar hoje sobre isso aqui nessa sessão solene. Mas vendo a TV antes de vir para cá, fiquei pasma com a aparição da Mulher Melancia. E pensei, as pessoas se incomodam com gays e lésbicas, mas não se incomodam com a exploração de mulheres na TV. Eu tive poucas oportunidades de encontrar mães de lésbicas e acho muito importante a luta dessas mães também por respeito. Tenho orgulho de estar entre mulheres tão corajosas, me sinto homenageada”.

Já Tatiana Bruna apresentou o grupo Integração, que começa a organizar o movimento lésbico numa das cidades do DF. “O grupo Integração surgiu com intuito de levar respeito às mulheres lésbicas. Em 16 de novembro realizaremos a Parada Lésbica do Recanto das Emas”. Para a deputada Erika Kokay, iniciativas como essa são fundamentais: “Em várias cidades temos movimentos se estruturando. A criação do grupo do Recanto é muito importante para o acesso de diferentes cidades às políticas públicas. Até porque o Brasil é um dos países que mais mata gays, lésbicas, travestis e transexuais do mundo”.

Um momento emocionante da sessão solene foi a fala do ex-sargento Fernando Alcântara de Figueiredo, único homem a se manifestar. “Estou na mídia hoje pela dor. Há cerca de dois meses eu e Laci nos expomos e até hoje nada foi resolvido” afirma, se referindo a possível prisão de seu companheiro, o sargento Laci de Araújo.

Joelma Cezário, Coturno de Vênus, reclamou do preconceito. “As lésbicas não são livres para demonstrar seu amor em público. Nós, da Coturno, criamos um espaço onde as lésbicas podem ser livres. Uma casa com biblioteca, com pessoas para receberem denúncias e dar auxílio a quem precisa”, afirmou.

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